Tomar laxante, induzir vômito, parar de comer ou ingerir tanto alimento a ponto de sentir uma grande culpa. Essas situações fazem parte da realidade de quem sofre de transtornos alimentares, distúrbios caracterizados por uma relação doentia com a comida.
Hoje em dia, a pressão social pelo corpo esbelto e “perfeito” não favorece em nada o combate a essas doenças. E, não por acaso, entre 1% e 5% da população mundial já convive com algum tipo de problema relacionado.
As mulheres representam a maior parcela dessa estimativa por se preocuparem excessivamente em ter um corpo esbelto. Por isso, acabam adotando comportamentos que podem evoluir para um grave problema de saúde. Hoje sabemos que o transtorno alimentar em homens pode tomar a forma de excesso de alimentação visando aumento da massa muscular, treinamento excessivo de musculação e uso de hormônios masculinos injetáveis (vigorexia, síndrome de Adônis).
Alguns dos principais transtornos são anorexia nervosa, bulimia e compulsão alimentar, que vamos detalhar mais adiante.
Também temos outros distúrbios como ortorexia (obsessão por alimentos saudáveis), Síndrome de Pica (consumo de substâncias estranhas, como terra, cabelo) e vigorexia (distorção de imagem que leva ao excesso de atividade física).
Tipos de transtornos alimentares
Essas patologias têm características diferentes.
A seguir, vamos listar três, entre os problemas mais conhecidos, para maior detalhamento.
Anorexia nervosa
Esse é um dos transtornos alimentares de que mais ouvimos falar. A anorexia nervosa é caracterizada por uma intensa perda de peso, provocada pela própria pessoa por meio de dietas muito rígidas e sem supervisão médica ou de nutricionista.
Nesse quadro, o paciente busca uma magreza extrema, cortando uma série de alimentos do cardápio ou até parando de comer por dias. Entretanto, mesmo quando já apresenta o corpo muito magro, ele ainda não reconhece isso, pois sofre com um quadro de distorção da imagem corporal, enxergando-se acima do peso desejado ou mesmo como se estivesse obeso.
É um problema que afeta, na maioria das vezes, mulheres jovens ou na adolescência, uma vez que estão descobrindo o corpo e sofrendo pressão desde cedo para se “adequarem”.
Algumas das complicações da anorexia são:
- desnutrição;
- anemia;
- alterações hormonais;
- osteoporose;
- parada da menstruação.
Bulimia
Nesse quadro, a pessoa ingere grande quantidade de alimentos, muitas vezes de forma descontrolada (ataques de gula). Mas, para manter o corpo magro, ela induz vômito ou usa laxantes e diuréticos, de forma a eliminar o que comeu.
O paciente bulímico sofre complicações associadas a essas medidas que toma para não engordar. Entre elas estão erosão dos dentes e esofagite relacionadas à acidez do vômito.
Transtorno de compulsão alimentar (TAC)
Esse quadro ocorre quando a pessoa perde o controle do consumo de alimentos, podendo até mesmo não reconhecer que já está “satisfeita”.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o problema atinge cerca de 2,6% da população, e há estimativas de que o Brasil apresente praticamente o dobro dessa taxa.
Ao contrário da anorexia e da bulimia, nesse caso, o paciente não recorre a medidas que visam compensar o excesso de comida ingerida. Assim, geralmente, essa condição leva a um quadro de sobrepeso e obesidade.
Formas de tratamento dos transtornos alimentares
Para tratar esses distúrbios, é fundamental a adoção de medidas multidisciplinares. Assim, deve ser realizado um acompanhamento terapêutico e psiquiátrico, juntamente com especialistas em nutrição.
Para transtornos alimentares, a terapia cognitiva-comportamental tem sido indicada por se basear na reestruturação de pensamentos e, consequentemente, a melhora emocional, comportamental e da qualidade de vida.
Utilizamos medicamentos que são individualizados para cada paciente, já que é preciso estar atento aos sintomas individuais e as comorbidades. Por exemplo, é comum que pacientes com transtornos alimentares tenham também outros transtornos psiquiátricos, como depressão, transtorno bipolar e transtornos de personalidade, de forma que o tratamento medicamentoso será escolhido de acordo com um conjunto de fatores.
A estimulação magnética transcraniana tem sido utilizada com sucesso, mesmo sem medicação, para obesidade e compulsão alimentar. Somos a única clínica da região que trabalha com esta forma de tratamento.
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