O canabidiol tem efeitos antioxidantes e anti-inflamatórios (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4289092/). O estresse oxidativo, resultante do nosso metabolismo, e a inflamação crônica de baixo grau, resultante de estresse, alimentação industrializada, poluição, obesidade, estão implicadas em uma variedade de doenças e o canabidiol tem ação benéfica sobre estes dois aspectos, além de ser “neuroprotetor”.
Canabidiol é seguro, não possui efeitos psicotrópicos e apresenta poucos efeitos colaterais, sendo os mais comuns sonolência e diarreia (https://www.nature.com/articles/s41386-020-0667-2.pdf?origin=ppub).
O tratamento do Autismo
O tratamento para o autismo tem sido um desafio e ainda não há nenhuma medicação que ajude nos sintomas centrais que incluem comportamentos repetitivos, interesses muito restritos, estereotipias, apego intenso à rotina, dificuldades na socialização, na linguagem e na comunicação social.
Além dos sintomas centrais, o paciente com autismo pode causar muito estresse nos pais devido aos comportamentos associados que podem ser dramáticos: agressividade física, hiperatividade intensa, automutilação, insônia, medos excessivos e dificuldades de aprendizado.
Devido a esses comportamentos graves, muitos remédios são usados, como risperidona, lítio, ácido valproico (Depakene), olanzapina, carbamazepina, aripiprazol, dentre tantos outros. O problema é que todos esses remédios são sedativos e pioram ainda mais o desempenho cognitivo, a motricidade e o afeto. Com essas medicações, a criança vai ter muita dificuldade de aprendizado tanto no desenvolvimento de habilidades para a vida diária como na escola, fica mais sedada e os sintomas centrais do autismo não melhoram em praticamente nada. O ideal seria o não uso ou o uso mínimo desses remédios em crianças que já apresentam dificuldades cognitivas e de comunicação.
O que os estudos mostram sobre o canabidiol no Autismo
Um estudo israelense em 53 autistas mostrou que houve melhora significativa em vários sintomas: A automutilação e os ataques de raiva melhoraram em 67,6%. Os sintomas de hiperatividade melhoraram em 68,4%. Os problemas de sono em 71,4% e a ansiedade melhorou em 47,1% (https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fphar.2018.01521/full).
Outro estudo israelense chegou a conclusões similares (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC7759327/).
Em suma, o canabidiol parece ser útil para uma ampla variedade de sintomas que ocorrem no autismo, como mostrou um recente estudo com pacientes brasileiros:
1. Déficit de Atenção e Hiperatividade
2. Distúrbios Comportamentais (agressividade, auto-mutilação)
3. Dificuldades Motoras
4. Déficits de Autonomia (funcionamento)
5. Déficits de Comunicação e Interação Social
6. Déficits Cognitivos
7. Distúrbios do Sono
8. Ansiedade
9. Estereotipias
10. Crises Convulsivas
Todos os pacientes melhoram?
É importante não criarmos ilusões. Não, nem todos os pacientes melhoram. Os estudos ainda são incipientes e a percentagem de melhora varia de acordo com o estudo e o sintoma. Em alguns estudos mais de 50% apresentam melhora, em outros menos de 50%. Sempre haverá um grupo de pacientes que não melhora e uma pequena percentagem pode até piorar, como ocorre com qualquer remédio e em qualquer doença. Nem todo mundo se adapta ou melhora com um determinado tratamento.
Por que vale a pena tentar?
Porque pode haver uma melhora que outros medicamentos não conseguem trazer. Às vezes a melhora é surpreendente. Na pior das hipóteses, não haverá uma boa resposta, e, nesses casos, basta parar o uso do canabidiol.
Vale lembrar que muitas vezes a falta de resposta decorre do uso de doses muito baixas ou de formulações não apropriadas.
Se o paciente usa muitos remédios associados, isso deve estar piorando aspectos importantes como cognição, motricidade, afeto e socialização e uma tentativa com canabidiol pode ser crucial na retirada destes medicamentos prejudiciais.
O que fizemos em nossa clínica
Após a avaliação inicial, em pacientes que já tem o diagnóstico de autismo confirmado, iniciamos o uso do canabidiol, se indicado (pacientes que farão avaliação para definir se tem ou não autismo, passam por um processo mais amplo de investigação).
Um aspecto importante é que não ficamos só no canabidiol, além do ajuste das medicações em uso (por exemplo, retirada ou troca de medicações ineficazes ou prejudiciais), também utilizamos tratamentos naturais auxiliares e com eficácia já comprovada em estudos. Utilizamos nutracêuticos, nootrópicos e vitaminas que melhoram o funcionamento na vida diária, o desenvolvimento e o desempenho cognitivo e social.
O canabidiol surge como uma esperança para melhora dos sintomas associados ao autismo, como a hiperatividade e dificuldades de aprendizado, bem como uma melhora dos sintomas centrais, como os déficits na comunicação social.
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